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Justiça autoriza retorno de torcidas organizadas aos estádios em Alagoas

Publicada em 04/08/24 às 06:07h

GazetaWeb


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Justiça autoriza retorno de torcidas organizadas aos estádios em Alagoas
 (Foto: GazetaWeb )
As torcidas organizadas Comando Alvirubro e Mancha Azul, de CRB e CSA, respectivamente, podem voltar a operar em Alagoas. Quem autorizou são os juízes da 17ª Vara Criminal da Capital, que, no último dia 30, concluíram que não há provas suficientes na denúncia do Ministério Público de Alagoas (MPAL) de que as torcidas são organizações criminosas. Cabe recurso da decisão, mas o órgão ministerial informou que não foi intimado. Nos bastidores, uma decisão causou descontentamento entre algumas autoridades. Nas torcidas, a semana foi, literalmente, de comemoração.

Além de liberar o funcionamento das torcidas, o colegiado de juízes, composto por três magistrados, autorizou a reabertura das sedes, e a volta dos perfis na rede social Instagram. Os juízes também mandaram a polícia devolver todo o material apreendido durante a operação Red Blue, que foi deflagrada em dezembro do ano passado.

Além dessas liberações, a justiça também absolveu os 13 denunciados no processo. Eles foram acusados ​​de crimes como associação para o tráfico de drogas, organização criminosa e uso indevido de símbolos oficiais. Entre os denunciados, alguns permaneceram presos porque responderam por outros crimes, como tentativa de homicídio.

“Ressalta-se que a presente sentença não afasta a continuidade dos demais procedimentos/processos relativos à presente Operação Red Blue, que porventura se encontram em investigação, considerando tratarse de diligências referentes à prática de outros crimes que não são descritos na presente denúncia. Por essa razão, os demais processos/procedimentos serão oportunamente e devidamente analisados”, cita trecho da decisão.

As investigações da operação Red Blue foram iniciadas após atos violentos que mutilaram pessoas suspeitas em consequência da explosão de bombas caseiras espalhadas pelas ruas da capital e também depois de crimes contra torcedores do Centro Esportivo Alagoano (CSA) e do Clube de Regatas Brasil (CRB) .

A redação ouviu os atuais presidentes das duas torcidas organizadas. Renato Rodrigues, que é da Mancha Azul, disse que pretende organizar a sede física da torcida para voltar a funcionar, além, segundo ele, de reestruturar a própria torcida em si, que conta com dois mil membros cadastrados.

“Fingimos voltar e ampliar as nossas ações sociais, atingindo todas as camadas carentes da sociedade. Ainda estamos trabalhando um projeto de conscientização sobre torcidas organizadas, significado na qual será apresentado ao MP e à Prefeitura de Maceió para ser realizado em conjunto nas escolas públicas, conscientizando os mais jovens e mostrando o verdadeiro de torcida organizada”, conta.

Além disso, o presidente da Mancha faz um apelo aos integrantes. “Pedimos que nossos componentes se conscientizem, pois os atos cometidos por eles refletem diretamente na organizado e, como nosso lema diz: nossa onda é torcer sem violência”.

Rodrigues explica que, em sua visão, a torcida organizada é um momento de festa, de promoção do tempo, colabora com ações sociais e promoção do esporte em uma camada esquecida pelo Estado. “Nosso intuito foi criado exclusivamente para apoiar e promover o Centro Esportivo Alagoano onde ele estiver”, frisa.

Ele pede ainda que as ações da torcida sejam divulgadas, “e não só quando algum componente envelhece em exagero”. “Temos ações sociais semanais, patrocinamos atletas em diferentes esportes e também sempre estamos contribuindo da melhor forma para ajudar a sociedade em geral”, finaliza.

O presidente da Torcida Organizada Comando Alvirrubro, Philipe Marques, diz que vai promover seminários ideológicos, orientando e ensinando o intuito da torcida organizada. Segundo ele, o Comando tem mil membros cadastrados. Marques explica que 70% são jovens.

Marques disse que a sede da torcida deve reabrir em breve e que a presença no estádio depende da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Eles buscam também a devolução de faixas, bandeiras e instrumentos que foram compreendidos pela polícia.



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