Nesta quarta-feira (4), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), apontou que o governo federal não possui os votos necessários para apoiar o pacote de corte de gastos. Apresentado na semana passada, o pacote traz medidas como aumento do imposto de renda para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, limitação do reajuste do salário mínimo, fim dos supersalários no Poder Público, mudanças nas regras do abono salarial e outros.
Lira deu a declaração ao comentar que o governo não tinha nem os votos necessários para aprovar o regime de urgência do pacote, que agiliza a análise e votação na Casa.
– Hoje, o governo não tem votos sequer para aprovar as urgências dos PLs. A PEC, eu coloquei na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça], pedi para ser extrapauta e foi retirado – a pedido do governo –, porque acho que não tinha a certeza de ter os mínimos votos para aprovar a admissibilidade da PEC na CCJ – disse.
O presidente da Câmara falou sobre o tema durante evento em Brasília que contou ainda com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para Lira, o momento atual é de “instabilidade” entre os Poderes.
– [É] um momento de muita instabilidade, de muita ansiedade, de muita turbulência interna, por causa desses acontecimentos que não são inerentes ao convívio harmônico, constitucional, de limites entre os Poderes, principalmente nas suas circunscrições do que pode ou não fazer. Você nunca vai ver um deputado julgando alguém, ou condenando alguém num tribunal, como também não deve ver nunca um juiz legislando – apontou.