A taxa de reeleição para o Senado foi de 38,5%, sustentando a tendência iniciada em 2018. Dos 13 senadores que buscaram a reeleição em 2022, apenas 5 conseguiram. Desde a redemocratização do país, é a primeira vez que duas eleições consecutivas levam a menos de 40% dos senadores renovando o mandato.
Em 2018 o Senado viu uma maior renovação de sua história, com apenas 1 em cada 4 senadores que buscaram a reeleição tendo sucesso. Os números de 2022 não são tão extremos, mas ainda assim se destacam da média histórica. Se comparado com outras eleições em que foi renovado um terço do Senado desde 1990 (quando a composição passou a ser de 81 senadores), a de 2022 teve uma maior quantidade de candidaturas à reeleição — 13, empatada com 2006 — e a segunda menor taxa de reeleição, atrás apenas de 1990, quando se reelegeram 3 dos 9 candidatos.
Uma diferença para 2018, porém, é que a renovação de 2022 não trouxe para o Senado tantos nomes sem experiência na política institucional. Apenas um candidato que venceu em atividade não vem de carga pública: o empresário Jaime Bagattoli (PL-RO). Ele também é o único entre os 27 senadores eleitos ou reeleitos que atuaram fora da política. Todos os demais são, ou foram recentemente, deputados, governadores, ministros ou senadores, inclusive o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.
O historiador Antônio Barbosa diz não acreditar que a onda antipolítica, que se manifestou com força em 2018, tenha acabado. Para ele, as eleições revelaram um “reacionarismo político” da sociedade e esse ímpeto pode ressurgir a qualquer momento. No caso de 2022, no entanto, Barbosa aponta para a característica das emendas de relator ao Orçamento da União como algo que pode ter impulsionado a chegada de novos nomes ao Congresso Nacional.
— Não dá para esquecer que o 'Orçamento secreto' desempenhou um papel significativo. Detentores do poder, como governadores e pessoas ligadas ao poder previsto, conseguem vencer. Isso se traduz nos votos para Câmara e Senado.
A renovação total promovida pela eleição foi de 81,5%. Esse número inclui os 8 eleitores que não se reelegeram e os 14 que chegam ao fim do mandato e não conseguiram a reeleição. No total, 22 dos atuais senadores não estarão no Senado a partir de 2023.
Esse número ainda poderá se somar aos senadores que disputam o segundo turno para o governo de seus estados. Cinco são nessa situação. Caso todos se elejam, o Senado trocará 27 de seus membros, exatamente um terço.
SENADOR |
UF |
PARTIDO |
REELEITO? |
Omar Aziz |
SOU |
PSD |
SIM |
Davi Alcolumbre |
PA-AP |
União |
SIM |
Otto Alencar |
BA |
PSD |
SIM |
Rosa de Freitas |
ES |
MDB |
NÃO |
Roberto Rocha |
MA |
PTB |
NÃO |
Alexandre Silveira |
MG |
PSD |
NÃO |
Wellington Fagundes |
MT |
PL |
SIM |
Álvaro Dias |
RP |
Podemos |
NÃO |
Romário |
RJ |
PL |
SIM |
Acir Gurgacz |
RO |
PDT |
NÃO |
Telmário Mota |
RR |
PRÓS |
NÃO |
Dário Berger |
SC |
PSB |
NÃO |
Kátia Abreu |
PARA |
PP |
NÃO |