A reunião ministerial realizada nesta segunda-feira (20) tornou-se alvo de críticas e debates, sendo classificada como "um tiro n'água" por opositores. O presidente Lula (PT) aproveitou o encontro para, mais uma vez, delegar responsabilidades em relação a decisões controversas, como a recente tentativa de monitorar transações via Pix, que gerou forte repercussão negativa.
De acordo com informações da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder, o presidente reafirmou uma regra já existente desde o início de seu governo: nenhuma portaria ministerial deve ser publicada sem aprovação prévia da Casa Civil. Apesar disso, críticos apontam que o controle direto do Planalto sobre medidas como essa reforça que nada é decidido sem o aval do próprio Lula.
A repercussão entre parlamentares da oposição foi imediata. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou duramente o presidente, chamando-o de "covarde" e afirmando que Lula "não tem hombridade de assumir culpa pelos próprios erros".
Já o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) ironizou a narrativa oficial de que a polêmica em torno do monitoramento do Pix teria sido causada por "fake news". “Ué, mas a confusão não foi por causa das ‘fakenews’?”, provocou o parlamentar, referindo-se à suposta bronca do presidente ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o episódio.
Sob pressão, restou ao ministro Haddad responsabilizar a gestão anterior de Jair Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) pelo desgaste em torno da medida. No entanto, a explicação não convenceu críticos, que veem no episódio mais um exemplo de tentativa de transferir responsabilidades no governo.
A reunião, que deveria ser uma oportunidade para alinhamento estratégico entre os ministérios, acabou gerando mais controvérsias do que resultados concretos. Para analistas, episódios como esse reforçam a necessidade de maior articulação interna no governo, além de uma estratégia mais transparente para lidar com crises e evitar desgastes políticos.
O episódio envolvendo o Pix e as acusações entre governo e oposição evidenciam, mais uma vez, o clima de polarização que domina o cenário político brasileiro.
